Módulo Mobilidade

Disciplina de Robôs Móveis Autônomos 

Engenharia de Instrumentação Automação e Robótica 

Profa. Dra. Elvira Rafikova

elvira.russa@gmail.com

Conteúdo do módulo

  • Locomoção robótica
  • Robôs com pernas
  • Robôs com rodas
  • Modelagem cinemática e dinâmica de robôs

O que eles tem em comum?

O que tem de diferente?

Terrestre:

Robô terrestre com pernas  ou rodas . Há também locomoção com esteiras e conjuntos híbrido. 

Aéreo:

Drones, aviões autônomos com diversos motores, principalmente elétricos (brushless) e hélices como sistemas de propulsão

Aquático:

Grande variedade: submarinos autônomos, AUVs , veículos de superfície, peixes artificiais biomiméticos, ROVs , Gliders. Propulsão por motores elétricos, deslocamento de volume de água, velas, ondas, movimento de caudas e nadadeiras. 

LocomoçÃo

Determinada pelo meio de atuação do robô móvel já que locomoção é , de fato, a interação física entre o robô e seu meio. 

Locomoção Aquática

Locomoção em meio aquático é muito diversificada já que a diversidade de robôs aquáticos é muito grande. Mas um caso é muito interessante: Underwater Glider

robôs aquáticos

  • UAV – Underwater Autonomous Vehicle , Underwater Unmanned  Vehicle ( todos os veículos submersíveis) 
  • Submarinos autônomos 
  • Gliders 
  • ROV – Remotely Operated Vehicle  : cordão umbilical
  • Catamarãs : de superfície
  • Barcos autônomos
  • Hovercraft: veículo aerosuportado

Locomoção Terrestre

robôs com Pernas

Hoppers, Bípedes, Humanóides, Quadrúpedes, Hexápodes

Locomoção mais apropriada para terrenos acidentados e irregulares. Desafios de coordenação de pernas. Quanto mais articuladas mais atuadores , mais pesado o conjunto. Muitos imitam a natureza- biomiméticos. 

Robôs com rodas

Rodas são mais apropriadas para terrenos planos, estruturados , onde essa locomoção é mais eficiente. Nesse terreno  tem-se baixo custo energético para atuação e velocidades bem superiores a pernas. 

Veículos podem ser de 1 até 4 rodas em geral. Diferentes tipos de rodas e diferentes arranjos cinemáticos determinam a mobilidade e manobrabilidade do veículo. 

híbridos

Esteiras ( caterpillars) , como as que se usava em tanques de guerra, são conjuntos de rodas unidos por uma correia e  são muito populares em robótica pois permitem transposição de terrenos acidentados ao mesmo tempo sendo manobráveis como um arranjo de duas rodas diferenciais .

Outros: arranjos com pernas e rodas , como na figura, unem o melhor dos dois mundos

Robôs com Pernas

hoppers

Uma perna em equilíbrio dinâmico que se move saltando e direcionando o ângulo do quadril.  Mais econômico pois cada perna significa mais peso e coordenação mais difícil. 

bípedes

Duas pernas , em geral são humanóides ou biomiméticos. 

quadrúpedes

Quadrúpedes podem imitar a locomoção de animais quadrúpedes que usam dois tipos de marcha com equilíbrio estático ou dinâmico.  

hexápodes

Seis pernas, imitando insetos, locomoção mais vantajosa com movimento de 3 pernas por vez simultaneamente. Assim a marcha sempre é dinamicamente estável , com 3 apoios, e a coordenação tem poucos eventos . 

Tipos de rodas

Rodas Padrão

Rodas comuns encontradas em carros. Roda em torno do eixo central. Não desliza lateralmente

Direcionáveis: possui mais um eixo em torno do qual há movimento para direcionamento

roda castor

Roda com dois eixos de movimento , caracteristicamente distantes de d , também chamado de eixo de caster. 

Rodas de carrinho de supermercado e  cadeiras de escritório. 

rodas suécas

Rodas cuja banda é coberta por pequenos rodízios com giro livre. Dependendo do angulo entre o eixo desses rodízios e o vetor velocidade da roda temos : 

SUECA 45 

 

roda esférica

Usada como rodízio livre, já que é difícil de atuar e quantificar o movimento. 

FIGURA DO MOUSE de bolinha

SUECA 90

arranjos de rodas

acionamento diferencial - Differential steering

O arranjo mais popular em robótica no qual as duas rodas comuns , fixas, paralelas são acionadas independentemente. A diferença causa a mudança de orientação

Triciclo e quadriciclo Ackermann

Dois conjuntos de rodas , frontal e traseiro  que podem ou não ser atuados e /ou direcionáveis. Chassis Ackermann tem a particularidade de direcionar as rodas de forma desigual,  formando um ângulo entre as rodas direcionáveis que estabiliza o veículo em curvas e evita forças desnecessárias aos eixos de fixação. 

mecanum

Arranjo com 4 rodas suecas 45 dispostas em pares e com oposição angular. Dessa forma o arranjo se torna omnidirecional

 

Arranjo omnidirecional significa que o veículo consegue se locomover o melhor, consegue setar o vetor velocidade para qualquer direção em qualquer instante do tempo.

  

Omnidirecional 3 rodas suecas 90

Arranjo que pressupõe corpo redondo pois a sua disposição das rodas é de simetria radial. 

Arranjo Synchro drive

3 rodas acionadas por 2 atuadores, com movimento pseudo-omnidirecional,  um para acionar as rodas, outro para direcionar ( usando correias e polias para transmissão do movimento)

Modelagem Cinemática dos veículos

Considerações sobre posição e velocidades para se chegar a um modelo de deslocamento do veículo. Cada propulsor ou roda contribui para o deslocamento do veículo. A modelagem cinemática descreve exatamente isso. 

Definições

Velocidade linear:

Velocidade angular do robô:

 Velocidade de rotação das rodas ( angular ) :  

Ângulo de orientação do robô:

Raio da roda: 

Raio do corpo do robô: 

v$$\omega$$

$$\dot{\varphi}$$$$\vartheta$$

r

L

 Relação entre velocidades angular e linear :$$v=\omega r$$

Equações de movimento são funções características da geometria e das velocidades do robô: $$\dot{\xi}= \left[ \dot{x}  \hspace{4 pt} \dot{y}  \hspace{4 pt} \dot{\vartheta} \right]^T= f ( l, r, \vartheta ,\varphi_1 , \varphi_2 )$$

Robô de acionamento diferencial

Duas rodas do tipo padrão fixas, que são acionadas independentemente. O centro do corpo está exatamente no ponto central entre as rodas. 

1. Computar quanto cada roda contribui ao movimento do referencial do robô 

2. Computar as velocidades no referencial do robô

3. Transformar para referencial global

 

Cada roda: $$\frac{\dot{\varphi_d} r}{2}$$

No referencial do robô :

$$v_x=\dot{x_R}= \frac{\dot{\varphi_d} r}{2}+ \frac{\dot{\varphi_e} r}{2}$$$$v_y=\dot{y_R}=0$$$$\omega=\dot{\vartheta}=\frac{\dot{\varphi_d} r}{2l}- \frac{\dot{\varphi_e} r}{2l}$$

Transformação para global: 

$$\begin{eqnarray} \left[ \begin{matrix} \dot{x}\\ \dot{y}\\ \dot{\vartheta} \end{matrix} \right]_G = \left[ \begin{matrix} \cos{\vartheta} & -\sin{\vartheta} & 0\\ \sin{\vartheta} & \cos{\vartheta} & 0\\ 0 & 0 & 1\\ \end{matrix}\right] \left[ \begin{matrix} \dot{x}\\ \dot{y}\\ \dot{\vartheta}\\ \end{matrix}\right]_R \end{eqnarray}$$

Resultando no Modelo de Deslocamento : 

$$\begin{eqnarray} \dot{x}_G= \cos{\vartheta} \left[ \frac{\dot{\varphi_d} r}{2}+ \frac{\dot{\varphi_e} r}{2}\right]=v \cos{\vartheta} \\  \dot{y}_G= \sin{\vartheta} \left[ \frac{\dot{\varphi_d} r}{2}+ \frac{\dot{\varphi_e} r}{2} \right]= v \sin{\vartheta}\\ \dot{\vartheta}_G = \frac{\dot{\varphi_d} r}{2l}- \frac{\dot{\varphi_e} r}{2l}=\omega \end{eqnarray}$$

Cinemática Triciclo

Roda frontal direcionável ( neste caso também atuada) . As rodas traseiras são de rotação livre. O frame do robô é colocado entre as rodas traseiras. 

Roda Direcionável :  

$$V_s=\dot\varphi_s r cos \alpha=\dot x_R$$

No triciclo o ângulo $$\alpha$$ varia . A componente seno está orientada com a velocidade linear do robô em x (do robô). Já a componente seno se alinha não com o deslizamento lateral ( em y do robô )  , mas como velocidade tangencial à curva quando há rotação . Portanto influencia na velocidade angular do robô : 

$$V_{sy}=\dot\varphi_s r sin \alpha$$  

$$\omega=\dot \vartheta_ R=\frac{\dot{\varphi_s} r sin \alpha}{d}$$ A velocidade linear do robô na sua lateral ( y do robô ) é nula : $$\dot y_R=0$$

Em resumo :  $$\begin{eqnarray} \dot x_R=\dot\varphi_s r cos \alpha \\ \dot y_R=0 \\ \dot\vartheta_R= \frac{\dot{\varphi_s} r sin \alpha}{d} \end{eqnarray}$$ 

Aplicando a transformação para coordenadas globais: 

$$\begin{eqnarray} \left[ \begin{matrix} \dot{x}\\ \dot{y}\\ \dot{\vartheta} \end{matrix} \right]_G = \left[ \begin{matrix} \cos{\vartheta} & -\sin{\vartheta} & 0\\ \sin{\vartheta} & \cos{\vartheta} & 0\\ 0 & 0 & 1\\ \end{matrix}\right] \left[ \begin{matrix} \dot{x}\\ \dot{y}\\ \dot{\vartheta}\\ \end{matrix}\right]_R \end{eqnarray}$$

Aprofunde o conhecimento:

Leia os slides para aprofundar o conhecimento teórico e acesse os links indicados : 

Introdução a Robôs Móveis

Locomoção de Robôs Móveis

Modelagem Cinemática

 

Avaliação do Módulo

Responda o roteiro: 

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Fontes de Imagens :

https://secoora.org/underwater-gliders-chasing-hurricane-florence/

https://earthzine.org/going-deep-to-go-far-how-dive-depth-impacts-seaglider-range/

https://www.theverge.com/2018/6/28/17514134/honda-asimo-humanoid-robot-retire

https://hackaday.com/2017/05/24/hackaday-prize-entry-underwater-glider-offers-low-power-exploration/

https://www.core77.com/posts/47205/Wheels-That-Permit-360-Degree-Movement—Without-Turning

 

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